O que Watu nos diz?
Vitalizar nossa habitação na Terra
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v11.5222Resumo
O presente artigo pretende problematizar o antropocentrismo moderno e a inauguração não apenas de uma nova época no mundo, mas a regulação dos modos de vivência para determinar um “jeito de habitar essa terra”. Um habitar que culminou na crise ecológica e evoca um abandono total e de devastação dos ecossistemas e sua biodiversidade. Por esse modo, em um diálogo com Ailton Krenak (2022), Antônio Bispo dos Santos (2023) e Malcom Ferdinand (2022), nós pensamos junto com saberes ancestrais preservados pela memória uma proposta de construir uma confluência entre cartografias de mundo, em especial, a voz das águas do rio Watu, considerado avô do povo Krenak, como exercício de escuta das vozes das águas como uma dinâmica relacional de afetos em que Watu descentraliza o antropocentrismo para outras formas plurais de existência enunciadas pelo anthropos e seu modelo colonial de habitar o mundo. Somado a esse exercício de escuta da voz das águas dos rios, em especial do rio Watu, propomos a ação de aquilombamento (Ferdinand 2022) como fundamento para a construção de novas cartografias do mundo e a recuperação de um vínculo transcendente com a Mãe Terra. Afinal, o ato de aquilombamento praticado pelos povos africanos vítimas da escravidão é uma recusa de viver em um mundo marcado pela violência e a destruição de outros humanos e não-humanos (natureza).
Palavras-chave: Ancestralidade; Crise Climática; Filosofia Política; Territorialização.
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