A educação permanente em saúde na integração ensino serviço

Autores

  • Luciana Maria Mazon Secretaria Municipal de Saúde no Setor de Vigilância em Saúde no múnicípio de Mafra-SC
  • Ariane Wohel Assistente Social. Município de MAfra-SC
  • Esvaldo Antunes Docente da Universidade do Contestado campus Mafra.
  • Susanne Stritzinger de Cassias Núcleo de Apoio a Saúde da Família do município de Mafra/SC.
  • Alexandre Engel Enfermeiro do Município de Mafra.
  • Hellen Natali Correa Lagos Guimaraes Fonoaudióloga. Mestre. Integrante do NASF e do NEP.Mafra

DOI:

https://doi.org/10.24302/sma.v6i3.1673

Palavras-chave:

Ensino. Serviço. Educação Permanente.

Resumo

INTRODUÇÃO: A construção de espaços pedagógicos em comum deve ser representada por ganho de ambas as instituições, com significados sinônimos. Além disso, deve prezar pelo respeito às limitações de cada serviço, solidariedade às dificuldades e reciprocidade. O estabelecimento de um diálogo esclarecedor, com a definição dos papéis, contribui para a mobilização e disposição das conversas entre ensino-serviço. Neste contexto, vê-se a importância dos gestores como elo de comunicação e criação de diálogos favoráveis (MASSOTE; BELISÁRIO; GONTIJO, 2011). OBJETIVOS: objetivo descrever as experiências iniciais do Município de Mafra/ Santa Catarina na integração ensino-serviço com a condução participativa do Núcleo de Educação Permanente em Saúde. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência das atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Educação permanente no processo de integração ensino-serviço. RESULTADOS: A estratégia do NEP para a Integração Ensino Serviço foi criar mais espaços para a interlocução dos atores, fomentando o diálogo permanente com vistas a interferir no processo de trabalho, na organização da assistência, e no processo formativo acadêmico. O espaço para a interlocução dos atores e a aproximação ensino-serviço se deu inicialmente em duas etapas. O NEP mapeou inicialmente dentro do território os serviços que desejavam tornar seus espaços campo de ensino/aprendizagem. Após reunião e consulta dos profissionais responsáveis por cada setor, identificou-se surpreendentemente que 100% dos serviços sobre gestão do município tinham interesse em receber acadêmicos das escolas de formação, desde que houvesse uma construção planejada e coletiva de quais seriam as propostas e atividade desenvolvidas por cada ator. Posteriormente reuniram-se o NEP, atores dos serviços, professores e/ou coordenadores dos cursos da saúde, com o intuito de estreitar metodologicamente com aconteceriam os espaços de diálogo entre ensino/serviço para que os objetivos convergissem entre os atores. Deste encontro se definiu que os docentes antes de acessarem os campos de práticas, apresentariam aos responsáveis pela Unidade de Saúde sua proposta de ensino, a fim de ser discutida e alinhada aos propósitos do ensino e do serviço. A cada semestre quando a universidade e os cursos técnicos da área da saúde solicitam o espaço da secretaria municipal de saúde para executar as atividades curriculares, o NEP agenda o encontro inicial entre os profissionais da rede de serviço e os docentes do ensino para discutirem coletivamente as atividades letivas que se darão em campo ao longo do semestre. Esta estratégia acontece de modo longitudinal e permanente sempre que os atores julgam necessário ajustar a condução das atividades. Outro desafio ainda estava posto, o distanciamento e desconhecimento dos acadêmicos sobre a complexa organização da rede de saúde. Era necessário contextualizar a organização local da rede de saúde os situando na realidade instalada dos serviços e programas desenvolvidos pelo município. Com isso, buscava-se acolher e aproximar os atores. Neste contexto, o NEP entende que os profissionais do serviço devem sentir-se corresponsáveis pela formação dos futuros profissionais, assim como, os docentes devem cooperar na construção dos serviços. Com este propósito o NEP propôs realizar a cada semestre, antes dos acadêmicos acessarem os serviços de saúde o “Curso Introdutório de Integração Ensino Serviço”. O curso desenvolvido pelos serviços de saúde e conduzido por equipe multidisciplinar tem carga horária de 4 horas e se destina aos acadêmicos de graduação, estudantes dos cursos técnicos, professores e coordenadores dos cursos de Saúde.  O curso adota além de abordagem expositiva dialogada, metodologias ativas como dinâmica de integração. As temáticas abordadas incluem, “Política de saúde Brasileira com Enfoque no Sistema Único de Saúde”, “Organização da rede local de Saúde” e “Diálogo, Comunicação e Ética” nos serviços de Saúde. As inscrições são online, sendo emitidas certificações. A participação nesta atividade é pré-requisito para que os alunos e professores acessem os serviços de saúde do município para as atividades de ensino, tais como aulas práticas, estágios e/ou pesquisas. Com um ano de implantação do “Curso Introdutório de Integração Ensino Serviço”, já foram contemplados 360 alunos de diferentes cursos da saúde (Fisioterapia, Farmácia, Enfermagem, Educação Física, Psicologia entre outros). A fim de mitigar outra problemática resultante do distanciamento ensino-serviço, que se caracterizava pelo não compartilhamento dos resultados das pesquisas acadêmicas desenvolvidas no espaço dos serviços, foi proposto e criado pelo NEP um banco de dados, com registros das pesquisas a serem desenvolvidas no campo de práticas, com informações sobre local de realização, público alvo, início e término previsto. Ao final de cada estudo, o NEP convida os pesquisadores a apresentarem aos serviços os resultados obtidos, nas perspectivas de que os serviços possam conhecer os principais resultados e discutir propostas que busquem minorar os problemas identificados e abreviar o hiato existente entre o novo conhecimento e a sua utilização em benefício da população promovendo maneiras melhores, e mais efetivas, de proteger e promover a saúde. CONCLUSÕES: O NEP atuou como mola propulsora no processo transformador. Permitiu identificar sinais iniciais dos desafios e das potencialidades na formação para o SUS. O dialogo ensino serviço permitiu criar novas maneiras de realizar atividades, com maior aceitação e compartilhamento entre os coletivos de ensino e trabalho.

Biografia do Autor

Luciana Maria Mazon, Secretaria Municipal de Saúde no Setor de Vigilância em Saúde no múnicípio de Mafra-SC

Enfermeira. Doutoranda em Saúde Coletiva/UFSC. Colaboradora da Secretaria Municipal de Saúde no Setor de Vigilância em Saúde.  Docente da Universidade do Contestado Campus Mafra. Integrante NEP/MAFRA

Ariane Wohel, Assistente Social. Município de MAfra-SC

Assistente Social. Especialista em Gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde; Especialista em Impactos da Violência na Saúde e em Gestão em Saúde Pública; Especialista em Gestão em Saúde Pública.

Esvaldo Antunes, Docente da Universidade do Contestado campus Mafra.

Enfermeiro. Mestre em Desenvolvimento Regional e Políticas Públicas/UnC. Coordenador do curso de Enfermagem e Docente da Universidade do Contestado campus Mafra. Integrante NEP/MAFRA.

Susanne Stritzinger de Cassias, Núcleo de Apoio a Saúde da Família do município de Mafra/SC.

Farmacêutica. Mestranda em Saúde da Criança e do Adolescente/UFPR. Coordenadora do Núcleo de Apoio a Saúde da Família do município de Mafra/SC. Integrante NEP/MAFRA.

Alexandre Engel, Enfermeiro do Município de Mafra.

Enfermeiro. Especialista em Psicopatologia, psicanálise e saúde mental. Coordenador da Atenção Básica do Município de Mafra. Docente do Centro de Educação Profissional - CEDUP/Mafra. Integrante NEP/MAFRA.

Hellen Natali Correa Lagos Guimaraes, Fonoaudióloga. Mestre. Integrante do NASF e do NEP.Mafra

Fonoaudióloga. Mestre. Integrante do NASF e do NEP.Mafra

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Publicado

2017-12-20

Como Citar

Mazon, L. M., Wohel, A., Antunes, E., Cassias, S. S. de, Engel, A., & Guimaraes, H. N. C. L. (2017). A educação permanente em saúde na integração ensino serviço. Saúde E Meio Ambiente: Revista Interdisciplinar, 6(3), 6–8. https://doi.org/10.24302/sma.v6i3.1673

Edição

Seção

Anais