Marxismo e Redenção aspectos messiânicos no pensamento de Walter Benjamin e Theodor Adorno
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v1i2.535Palavras-chave:
Messianismo. Redenção. Marxismo. Benjamin. Adorno.Resumo
Neste artigo pretendo apontar para a íntima ligação existente entre o projeto marxista de emancipação e uma teoria secularizada da redenção em Walter Benjamin e Theodor Adorno. Divido esta investigação em quatro seções. Na primeira, busco situar o leitor sobre a natureza messiânica da discussão aqui empreendida(Introdução). Posteriormente, com a ajuda de grandes intérpretes do legado marxiano, tais como Eric Fromm, Paul Tillich e Girgio Agamben, procuro mostrar algumas afinidades eletivas entre o marxismo e o messianismo, a partir de uma breve exposição de obras pelas quais Karl Marx disserta sobre teologia e temas afins( Segunda Parte). Com base em vários ensaios e fragmentos escritos em épocas diferentes por Benjamin, proponho tratar o messianismo revolucionário benjaminiano como proposta que visa dar conta do problema do contínuo da história, mote insistentemente pensado pelo filósofo do anjo( Terceira Parte). Finalmente, através de uma análise minuciosa do último aforismo de Minima Moralia, apresento uma interpretação do conceito de redenção como uma forma materialista, no sentido marxista do termo, de conceber o conhecimento e a verdade, e, assim, lanço a hipótese de que é possível vislumbrar no pensamento de Adorno, uma espécie de messianismo estético, isto é, uma teoria que vê na arte a possibilidade de uma prática revolucionária redentora( Quarta Parte ).Desse modo veremos que a questão messiância da redenção remete, em ambos os autores, para a querela ética da felicidade.