Guerras generalizadas, capital e encarceramento no Brasil
o avanço da guerra na Amazônia e os antagonismos nas prisões
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v10.4360Resumo
A acumulação desenfreada no capitalismo historicamente se deu concomitantemente à constituição de uma máquina de guerra generalizada, guerra civil permanente que se desdobra como guerras securocráticas, guerras de subjetividades, guerras raciais, guerras aos pobres e guerras multiespécies. Veremos como essas guerras viabilizam as relações econômicas, inter-raciais e de gênero, sendo condicionantes internas da própria acumulação monetária e das categorias que estruturam o capitalismo: trabalho, mercadoria, dinheiro, Estado etc. Posteriormente, com vistas à situar o encarceramento como forma de efetivação da máquina de guerra do capital, será realizada uma breve genealogia do antagonismo ao cárcere da passagem do século XX à atualidade, um tema comumente invisibilizado, demonstrando como a assimilação das oposições ao cárcere, como a incorporação da oposição política nas políticas de expansão prisional e às facções na gestão prisional, são fundamentais para as dinâmicas de governo da guerra permanente. Por fim, trataremos das últimas consequências da expansão da federalização das facções e milícias, que encontram seu paroxismo na região amazônica, expandindo dinâmicas simultaneamente criminais e conectadas ao capitalismo global, como o tráfico internacional, o garimpo, a grilagem de terras, o contrabando de madeiras, o extermínio de espécies animais e vegetais, que tem propiciado uma explosão de violência, assassinatos, racialização e proletarização de populações na região amazônica.
Palavras-chave: Guerra; Cárcere; Amazônia; Racismo; Gênero.
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