Do neoliberalismo como máquina de guerra
e suas afinidades com a máquina de guerra neofascista
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v9.4349Resumo
Deleuze & Guattari afirmam haver uma independência de direito entre a máquina de guerra e o aparelho de Estado, sendo o encontro entre essas formas um evento com consequências contingentes, podendo haver destruição do Estado pela máquina de guerra, captura da máquina de guerra pelo Estado ou, o caso que nos interessa, tomada do Estado pela máquina de guerra. Se Deleuze & Guattari caracterizavam essa última possibilidade como o caso fascista, nossa hipótese é a de investigar se o neoliberalismo, em sua natureza anti-Estatal, não deve ser considerado, à sua maneira, como uma máquina de guerra, que toma o Estado e o coloca a serviço de seus fins, de direito, não estatais. Não é à toa, além disso, que haverão afinidades entre o modo de funcionamento da máquina de guerra neoliberal e da máquina de guerra fascista, indicando a relação contemporânea entre neoliberalismo e neofascismo, que constitui aspecto secundário de nossa investigação. Nosso texto, portanto, com embasamento teórico na obra de Deleuze & Guattari e auxílio na pesquisa contemporânea sobre o neoliberalismo, coloca a hipótese do neoliberalismo como uma máquina de guerra - portanto, essencialmente anti-estatal, mas que contingentemente toma o Estado e o submete, diminuindo em absoluto os axiomas sociais, indo na direção do que Deleuze & Guattari chamaram, acompanhando Virilio, de “totalitarismo anarco-capitalista”, e que, simultaneamente, intensifica uma tendência de (auto-)destruição constitutiva do chamado Estado suicidário, sendo este outro eco da empreitada fascista.
Palavras-chave: Neoliberalismo; Máquina de guerra; Neofascismo; Axiomática; Estado.
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